Sonntag, 15. Juli 2007
Sonntag, 8. Juli 2007
Dan Perjovschi, WHAT HAPPENED TO US?, at MoMA (Part 1)
Dois vídeos da montagem da exposição das caricaturas de Dan P., em exibição no MoMa.
Mittwoch, 4. Juli 2007
4th of July
Montag, 2. Juli 2007
Bálsamo
Adams æbler af Anders Thomas Jensen
Um neonazi enviado à província para cumprir serviço civico encontra um padre de optimismo determinado e fé inquebrável, que orienta um ex-tenista alcoólico, um árabe com propósitos terroristas, uma grávida que pensa em abortar e um ex-nazi no fim da vida. Ivan, o padre, é o eixo que mantém este desiqulíbrio numa ordem relativa e harmoniosa. À chegada, Adam, o neonazi, tem de escolher uma tarefa para levar a cabo durante o tempo que passar na igreja: fazer um bolo de maçã.
Mas Adam está mais determinado a quebrar a fé de Ivan para provar que por naureza é mau, e nem Ivan o pode mudar. Por arma tem o livro de Job, que distorce na leitura, e quase consegue o seu propósito, mas as forças que desafia provam ser mais fortes.
Esta é uma comédia sobre assuntos sérios, porque muito correntes, e a reacção divide-se entre a diversão genuína e a reflexão contida. No final, deixa a nostalgia de querer ver o mundo assim. É um bálsamo para curar da realidade.
Sonntag, 1. Juli 2007
A Europa em Portugal
Donnerstag, 28. Juni 2007
Ainda no MoMA
A surpresa de redescobrir este caricaturista, que conhecia de uma exposição em 2005 no Museu Ludwig em Köln. Pointiert, gewagt, genial!
Dan Perjovschi, WHAT HAPPENED TO US?, at MoMA (Part 1) E uma curiosidade.
Memórias de Nova Iorque 2: MoMA
A colecção é vasta e o último piso, da pintura europeia do século XX, é o mais visitado. Hoje fica a memória do encontro com Magritte, a emoção de ver a obra do ponto exacto em que a completou o pintor.
Dienstag, 26. Juni 2007
Sinn
Sonntag, 24. Juni 2007
Memórias de Nova Iorque
A chegada a Nova Iorque foi uma imersão num ambiente absolutamente urbano, que me faz falta aqui em Cleveland. A cidade é imensa, mas diversa, e ao contrário do que tinha lido e ouvido, não me senti num canyon ao andar pelas avenidas (excepção feita ao Times Square em hora de ponta). A dimensão e o número de habitantes tornam-na menos humana do que Boston, mas é um sítio estimulante que no final da visita faz perceber o que tanto ainda ficou por ver e fazer.
Hoje, memórias da arquitectura da cidade: o Times Square à noite, do Midtown visto do Empire State Building, do Financial District visto do Hudson, do Metro e da 42nd Street.
Dienstag, 12. Juni 2007
Do Canadá

Montag, 11. Juni 2007
Dienst.Leistung

Freitag, 8. Juni 2007
Ohio Impromptu
Um leitor e um ouvinte, de aspecto idêntico sentados a uma mesa. A história que partilham - a do ouvinte? - fala de um homem e da perda de alguém querido, da partida para uma ilha onde não estiveram. Os sons desconhecidos do lugar sublinham a ausência e o desespero. Voltar não é possível. E o sono à noite não vem. Uma noite, um outro homem aproxima-se, enviado pelo ser amado para conforto do que ficou. Sem mais palavras, tira um livro do bolso do casaco e lê. Uma história triste. Sem uma palavra, afasta-se em seguida. Noite após noite, o homem regressa e sem preâmbulo começa a leitura, finda a qual se afasta, sem uma palavra. Até que uma noite diz que será a última. Já não é preciso o seu conforto, e mesmo que quisesse, não tem poder para voltar. E assim, os dois, tornados num só pelo ritual da leitura nocturna, permanecem sentados, em silêncio, como se tornados em pedra.
Uma peça que é aquilo de que fala. E um leitor como uma voz interior, um efeito da mente.
Um impromptu onde nada é deixado ao improviso, escrito de encomenda para um simpósio em Columbus, Ohio. Ohio, onde a elevação vem precedida de um vazio e para outro semelhante se dirige.
Indigo
Aprendo a dormir ao som agitado da folhagem.
Faz-me falta uma toalha de linho, procelana azul, transparências de bordeaux. O vagar de ver arder uma vela. De esquecer o tempo a ouvir uma voz.
Sonntag, 3. Juni 2007
Efter Brylluppet

Os diálogos têm a força de uma vertigem. O embaraço de Anna e Jacob é comoventemente humano, neste encontro tardio e inesperado. A consciência da morte e a oportunidade da despedida, de dizer o que mais importa, perturbam. No final, outra despedida, tão natural que parecia impensável. Um epílogo conseguido para um filme marcante.
Dienstag, 22. Mai 2007
Sonntag, 22. April 2007
Dienstag, 17. April 2007
Virtual? Realidade.
Se os alunos estivessem armados, teriam travado Cho a tempo. Mas a que preço? Uma arma não é uma garantia de ética social, é um instrumento de poder efectivo, irreversível e quase sempre mais rápido do que a mente que a controla. Em retrospectiva, a solução é computacionalmente eficaz. E em perspectiva? Que garantia há que o jovem que atira para se defender não possa atirar sem precisar de motivo? E que espécie de sentimento evoca esta corrida às armas para evitar a violência?
Episódios como este são trágicos, mas a discussão que se lhes segue é assustadora. Este acontecimento acentua a desconfiança que é evidente, ao fim de algum tempo aqui, no quotidiano: desde a pessoa no passeio que sempre cumprimenta com um sorriso e um olhar perscrutinador, ao small talk numa loja ou espaço público. Como se a comunicação exorcisasse ou prevenisse alguma intenção agressiva do outro.
É mais uma ocasião para repensar a espiral de segurança, um cerco que aperta cada vez mais o cidadão comum limitando-o na sua liberade e tornando-o suspeito até prova em contrário. Em si um motivo para inspirar extremismos.
Chan tinha o perfil típico de um sociopata: era calmo, sozinho e escrevia textos perturbantes nos seminários de inglês. Com isso vai tornar difícil a vida de tantos outros estudantes com idênticas características. A estes não faltará o assédio da comunidade para uma sociabilidade forçada, sob pena de desconfiança e vigilância policial. Afinal, este é o país em que as notícias não terminam sem um tiroteio, uma agressão, um julgamento, em que se discute na rua o massacre com a mesma linguagem das séries policiais, em que o cidadão comum é convidado todas as semanas numa série de TV a denunciar anonimamente um culpado.
É assustadoramente ténue aqui a fronteira entre realidade e ficção.
Freitag, 13. April 2007
Carta da Carolina
Donnerstag, 12. April 2007
Tristes notícias
não acreditava que o dia destes chegasse. E agora, Março de 2007, veio com a brutalidade de uma explosão no peito. Não imaginava que fosse assim, tão doloroso e, ao mesmo tempo, tão pouco digno como a velhice e a decadência. Tão reles. O olhar de pena dos outros, palavras de esperança em que não têm fé, dúzias de histórias de criaturas que passaram por isso que tu tens agora e estão óptimas. Recuperando aos poucos da anestesia vou dando-me conta de que um bicho horrível em mim, ratando, ratando. Dois sentimentos opostos- Vou lutar, não vou lutar
e o primeiro fala antes do outro- Chamem o Henrique
um grande cirurgião, um colega de curso, um amigo, uma das muito poucas pessoas a quem entregaria sem hesitações o meu corpo. Este texto talvez vá um pouco desconexo, desculpem, ainda estou fraco, a cabeça tem lacunas, falta-me vocabulário, há mais de nove dias que não pegava numa caneta e é difícil reaprender a andar. O meu medo que o Henrique não pudesse. Mas disse a quem lhe fala- Eu vou já lá abaixo
e enquanto me faziam uma TAC vi-o atrás do vidro, sério, a apertar a boca. Depois veio ter comigo- Opero-te amanhã de manhã
e queria que soubesses, Henrique, a esperança que as tuas palavras me trouxeram. Não só esperança: o que não sei dizer. Ou antes sei mas tenho vergonha. Contento-me em pensar que tu sabes também. Sei que sabes. Basta a maneira de protestares, de mão contrariada- Não me agradeças, não me agradeças basta o teu afecto pragmático diante das minhas perguntas- Uma coisa de cada vez
o modo como me disseste- Eu trato-te
como diante da minha aflição, aflição sim senhor, deixemo-nos de tretas- E se houver metástases no fígado?- Eu tiro-as
e eu tentando pôr-me no teu lugar pensando como deve ser penoso operar um amigo. Um amigo desde os dezoito anos. Em como deve ser penoso, em como deve ter sido penoso para o Henrique trabalhar com uma carga afectiva em cima dele, naquelas circunstâncias. Mexeu-me todo: tirou a vesícula, tirou o apêndice, até as glândulas seminais andou a ver. Isto há dez dias, onze dias. Escrevo do hospital onde estou, é a primeira vez que uma pessegada destas me sucede.Magro, magro. Com uma algália ainda: é uma sorte que uma algália ainda, tive mil trezentos e seis tubos a saírem de mim. Espero que na revista entendam a caligrafia tremida da crónica. Suceda o que suceder, uma coisa tenho por certa: isto alterou, de cabo a rabo, a minha vida.
Ignoro em que sentido, ignoro como. Sei que alterou. Santa Maria. O que farei daqui para a frente, se existir daqui para a frente? Livros, claro, foi para isso que me mandaram para o meio de vós. Quando isto sucedeu lutava com um, tinha outro pronto, já antigo, pronto há um ano e tal, para Outubro. Para dar tempo aos tradutores de o traduzirem e saírem mais ou menos na mesma altura que em Portugal. Esse livro tem a melhor prosa que fiz até hoje, parece recitado por um anjo. Aquele em que trabalhava é apenas um embrião, cerca de metade do primeiro esboço, falta-lhe quase tudo. A partir de agora, se calhar, falta-lhe tudo. Voltarei a ele? Uma coisa de cada vez, não é Henrique? Vamos a ver. De uma forma ou outra a gente luta sempre. Momentos de quase esperança, momentos de desânimo. Não: momentos de muito desânimo e momentos de desânimo maior, como se me obrigassem a escolher entre o que não vale nada e o que vale ainda menos. Este mês deram-me um prémio literário. Estão sempre a dar-me prémios e claro que tenho prazer nisso, não sou mentiroso nem hipócrita. Toda a gente foi muito simpática
e sem que eles sonhassem(sonhava eu)
o cancro ratando, ratando, injusto, teimoso, cego. Mói e mata. Mata. Mata. Mata. Mata. Levou-me tantas das pessoas que mais queria. E eu, já agora, quero-me? Sim. Não. Sim. Não - sim. Por enquanto meço o meu espanto, à medida que nas árvores da cerca uns pardais fazem ninho. A primavera mal começou e eles : truca, ninho. Obrigado, Senhor, por haver futuro para alguém.
«Crónica do Hospital», Visão, 12 de Abril de 2007
Samstag, 7. April 2007
Americano

Freitag, 6. April 2007
Utopias
Ainda a propósito da votação que elegeu Salazar o grande português. Parece-me que as leituras do resultado são no mínimo tão limitadas como a ideia do inquérito. Sugere-se que se tratou de um voto de descontentamento, uma espécie de analogia à rejeição da constituição europeia na Holanda e em França. Ou seja, porque estamos descontentes com o presente, provocamos, ressuscitando os fantasmas do passado. Outra hipótese é a de que o voto não é representativo, o que é verdade. Mas o voto nem por isso deixa de ser expressivo. Depois, tenta-se desacreditar quem votou com rótulos de ignorância.
Porque elegeram os portugueses Salazar? A resposta simples parece ser porque sentem nostalgia do tempo passado, que só parcialmente recordam. Ou seja, naquela altura não havia desemprego, protestos, crime, e a vida era muito mais fácil, portanto melhor.
Claro que havia a questão da liberdade ou da falta dela, mas essa só afectava uma minoria. Uma minoria que em vão se procura hoje. Onde estão os políticos de carisma, os ideólogos, os intelectuais (num sentido que não é pejorativo)?
Eu creio que nesta procura de causas, os portugueses não estão tão errados como isso. Ao cortar a liberdade, o Estado Novo tornou-a importante o suficiente para que valesse a pena lutar por ela. O voto por Salazar pode assim ter outra leitura. É a escolha nostálgica do motivo que nos levou a mostrar coragem, a arriscar o exílio a favor de uma ideia, a mostrar ao mundo que o vermelho de uma revolução não precisa ser de sangue.
Montag, 2. April 2007
Exercício

sig mig min gode man har du egentlig ikke
en bevidsthed hvordi tingene giver mening?
jeg spørger bare fordi jeg vil vide om og hvorvidt
det mon er umagen værd at sige noget absurd
uma consciência onde as coisas fazem sentido?
pergunto apenas porque quero saber se sim e até que ponto
jeg er, defor tænker jeg, og derfor er jeg,
man må være for at kunne tænke noget,
så gør man det, er man det, simpelthen
é preciso existir para pensar algo,
e ao fazê-lo, é-se, simplesmente
som jeg rejste fra, kender mig ikke mere, og hvis
jeg mødte dem på gaden, ville de ikke vide det,
jeg ville vide det og se på dem uden at møde dem
de quem me separei já não me conhecem, e se
as encontrasse na rua, não o saberiam,
Freitag, 2. März 2007
Neo ou kitsch? encore

Dienstag, 27. Februar 2007
Neo ou kitsch?
A história da arte assenta numa antinomia, que ainda não está resolvida. Por um lado, a arte é intemporal: as orquestras reproduzem por toda a parte o Adagietto de Mahler, o Requiem de Mozart, a nona de Beethoven; os quadros de Monet viajam pela enésima vez para mais uma exposição, enquanto milhares de visitantes fixam o olhar no sorriso mais famoso do Louvre; as pirâmides - egípcias ou maias - vêem fascinando gerações ao longo de séculos.
E no entanto, se a alguém ocorre continuar onde os criadores destas obras pararam - isto é, compondo como Mahler ou pintando como Da Vinci - mesmo que o faça com a convicção ingénua de que aqueles são exemplos a seguir, os resultados inspiram no mínimo um encolher de ombros enfadado, ainda que o novo artista seja exímio na técnica. Isto acontece porque a arte, sendo intemporal, é histórica.
Paradoxo? Sem dúvida.
Porque é que continuamos a ouvir Beethoven e não consideramos um músico que hoje resolva compor como ele, mesmo que o faça com todo o rigor e seriedade?
Imagine-se que a alguém ocorria construir um sucedâneo da torre Eifel.
Uma hipótese pode ser a intencionalidade. A diferença entre a orquestra que toca Beethoven hoje e o músico que compõe como Beethoven é que a primeira não se substitui ao compositor. Da mesma forma que a orquestra romântica interpretava as obras, também as orquestras de hoje o fazem, independentemente de quem as escreveu. Já o músico coloca-se na mesma posição intencional do compositor, identifica-se com ele, substitui-o. E esta ousadia não é admissível.
Por outro lado, o compositor de hoje não pode compor como Beethoven, como se o que se lhe seguiu - de Schubert a Schönberg - não tivesse existido (como não tinha existido para Beethoven).
Ao músico restam então dois caminhos: pode ser levado a sério se a sua intenção for vista como uma paródia ou ironia, em contextos em que esta finalidade seja clara; ou então a sua criação, independentemente de toda a mestria ou verdade, será relegada ao kitsch.
Intemporal, mas histórica. É esta antinomia o motor da história da arte, da sucessão de estilos e escolas. Um artista inventa uma nova criação com o intuito de originalidade. Por ser bom, o modelo logo é copiado pela sua geração, que o reinventa sem lhe alterar a essência. Para chegar de novo à originalidade, há que inventar outra expressão. E a sucessão deste ciclo dita a história da arte.
Resta saber em que é que os movimentos neo superaram o pardoxo e se estabeleceram como movimentos legítimos, distintos das linguagens originais de forma subtil, mas firme.
Sonntag, 25. Februar 2007
And the oscar goes to...
Freitag, 23. Februar 2007
Monet e a Normandia em Cleveland
Deceptive in its apparent simplicity, the painting is masterful in its formal choreography.
Staccato brushstrokes record the momentary effects of sunlight striking the inner face of the arch.
To capture this view, the artist descended to the base of the cliffs… The artist – as well as the viewer – is not only a spectator of nature, but a protagonist watching the sea and wind.
The wilderness of the stormy weather is reflected in the savagery of Monet’s brushstrokes.
To capture these ephemeral effects, he developed an increasingly duo-dimensional vocabulary that moved beyond Impressionism towards an entirely modern way of envisioning painting.
Donnerstag, 15. Februar 2007
Lugar Incomum
A provocação de Gerry tem mais subtileza nas margens do Reno.
Mittwoch, 14. Februar 2007
Branca de Neve

Sonntag, 11. Februar 2007
Notes on a Scandal

Samstag, 10. Februar 2007
Bálsamo

Sonntag, 4. Februar 2007
Mittwoch, 17. Januar 2007
Do outro lado do Atlântico
Tecnologia, mobilidade, espaço, regras, tudo awesome.
Aterrar é despertar num cenário de ficção televisiva. Nova Iorque existe afinal, e as pessoas falam mesmo assim.
O campus é uma indústria eficiente, lucrativa, tecnológica. Há mais sinais de WiFi do que placas a conduzir à biblioteca. Neste espaço, a pessoa vive para já apenas na canção do Grönemeyer. Que me chega pelos fios do iPod.