Dois investigadores visitantes no departamento de ciências cognitivas; ele chinês, ela portuguesa. A tarde vai avançada e ele estende-lhe um pacote de bolachas. Ela aceita a cortesia e tira duas, número certo para reconhecer o gesto, sem abusar da simpatia. Ele insiste, duas vezes. Ela agradece, mas recusa educadamente, porque não tem fome e porque é de bom tom insistir na recusa.
De repente, ele atira-lhe uma frase em chinês. Não parece irritado, mas o tom de voz, subtilmente mais elevado, revela impaciência e urgência. Peço-lhe que traduza. Ele diz:
"Please, don't be hostile!"
Tiro mais duas.