Donnerstag, 28. Juni 2007

Ainda no MoMA

A surpresa de redescobrir este caricaturista, que conhecia de uma exposição em 2005 no Museu Ludwig em Köln. Pointiert, gewagt, genial!

Dan Perjovschi, WHAT HAPPENED TO US?, at MoMA (Part 1) E uma curiosidade.

Richard Serra at MoMA - Torqued Ellipse IV (1998)

A escultura do jardim.

Memórias de Nova Iorque 2: MoMA

A primeira impressão deste museu é de um espaço agradável e estimulante. Linhas claras e simples, salas de dimensão ajustada, átrios amplos em cada andar e a mesma vista, cada vez mais alta, sobre o jardim, onde o movimento das pessoas torna orgânica a massiva escultura minimalista.
A colecção é vasta e o último piso, da pintura europeia do século XX, é o mais visitado. Hoje fica a memória do encontro com Magritte, a emoção de ver a obra do ponto exacto em que a completou o pintor.
Les Amoureux, 1928

Faux Mirroir, 1928

Le Palais des Rideaux III, 1928-29

Dienstag, 26. Juni 2007

Sinn

Tagebuchschreiben. Entweder glaubt man, dass man so viel wesentliches sieht, und man kommt sich wichtig vor. Oder, vielleicht, schreibt man um zu prüfen, ob sich was wesentliches ereignet.
PW, Das Kopenhagener Journal

Sonntag, 24. Juni 2007

Memórias de Nova Iorque







A chegada a Nova Iorque foi uma imersão num ambiente absolutamente urbano, que me faz falta aqui em Cleveland. A cidade é imensa, mas diversa, e ao contrário do que tinha lido e ouvido, não me senti num canyon ao andar pelas avenidas (excepção feita ao Times Square em hora de ponta). A dimensão e o número de habitantes tornam-na menos humana do que Boston, mas é um sítio estimulante que no final da visita faz perceber o que tanto ainda ficou por ver e fazer.

Hoje, memórias da arquitectura da cidade: o Times Square à noite, do Midtown visto do Empire State Building, do Financial District visto do Hudson, do Metro e da 42nd Street.

Dienstag, 12. Juni 2007

Do Canadá


Author's note

This book was born as I was hungry. Let me explain. In the spring of 1996, my second book, a novel, came out in Canada. It didn't fare well. Reviewers were puzzled, or damned it with faint praise. The readers ignored it.
The fiasco did not affect me too much. I had already moved in to another story, a novel set in Portugal in 1939.

Afinal, não foi sobre Portugal que Yann Martel escreveu. A ideia do romance morreu num manuscrito que o autor enviou para um endereço fictício na Sibéria, com uma morada de retorno imagnária na Bolívia. (Pena...)
Da viagem à Índia nasceu uma outra, a de Pi, um rapaz indiano que partilha um barco salva vidas com um tigre na vastidão infinda do Pacífico. Uma história insólita e cativante, que página a página faz sentir a lonjura do mar e o vagar do tempo. O que o livro desperta é mais do que empatia: é a experiência do desespero e da solidão angustiante, que desafia a fé peculiar de Pi.

Ainda assim, gostava de saber o que teria acontecido em Portugal, em 1939...


I knew very little about the religion. It had the reputation of few gods and great violence. (51)

Look at the world created in seven days. Even on a symbolic level, that's creation in a frenzy. (57)

I can well imagine an atheist's last words: "White! White! L-L-Love! My God! - and the deathbed leap of faith. Whereas the agnostic, if he stays true to his reasonable self, if he stays beholden to dry, yeastless factuality, might try to explain the warm light bathing him by saying, "Possibly a f-f-failing oxygenation of the b-b-brain", and so to the very end, lack imagination and miss thebetter story. (64)

Canada meant absolutely nothing to us. It was like Timbuktu, by definition a place permanently far away. (79)

Montag, 11. Juni 2007

Dienst.Leistung

Tägliche Presseschau aus den 27 EU Ländern und der Schweiz. Ein Beitrag der Redaktion bpb - Bundeszentrale für politische Bildung mit dem Ziel, die Diskussion um national relevante Themen auf weitere europäische Länder zu erweitern. Ausgewählte Artikel aus verschiedenen Rubriken (Politik, Kultur, Gesellschaft) werden in drei Sprachen zusammengefasst und mit Links zu den Originalausgaben versehen.
Eine hervorragende Leistung im Dienst einer integrierten europäischen Öffentlichkeit.

Freitag, 8. Juni 2007

Beckett com Irons

Ohio Impromptu

Um leitor e um ouvinte, de aspecto idêntico sentados a uma mesa. A história que partilham - a do ouvinte? - fala de um homem e da perda de alguém querido, da partida para uma ilha onde não estiveram. Os sons desconhecidos do lugar sublinham a ausência e o desespero. Voltar não é possível. E o sono à noite não vem. Uma noite, um outro homem aproxima-se, enviado pelo ser amado para conforto do que ficou. Sem mais palavras, tira um livro do bolso do casaco e lê. Uma história triste. Sem uma palavra, afasta-se em seguida. Noite após noite, o homem regressa e sem preâmbulo começa a leitura, finda a qual se afasta, sem uma palavra. Até que uma noite diz que será a última. Já não é preciso o seu conforto, e mesmo que quisesse, não tem poder para voltar. E assim, os dois, tornados num só pelo ritual da leitura nocturna, permanecem sentados, em silêncio, como se tornados em pedra.

Uma peça que é aquilo de que fala. E um leitor como uma voz interior, um efeito da mente.

Um impromptu onde nada é deixado ao improviso, escrito de encomenda para um simpósio em Columbus, Ohio. Ohio, onde a elevação vem precedida de um vazio e para outro semelhante se dirige.

Indigo

Faz-me falta o azul salgado e a imensidão que esconde o desconhecido. O fim de tarde em Cleveland é verde de terra e água. O vento traz um som continuado, lento, e logo depois andante, eufórico. Como era aquele ir e vir da água, regular como o bater das horas?
Aprendo a dormir ao som agitado da folhagem.
Faz-me falta uma toalha de linho, procelana azul, transparências de bordeaux. O vagar de ver arder uma vela. De esquecer o tempo a ouvir uma voz.

Sonntag, 3. Juni 2007

Efter Brylluppet

Efter Brylluppet

O valor da vida depende da geografia. Jacob (Mads Mikkelsen) é um dinamarquês que ajuda crianças de rua na Índia. O orfanato que dirige ameaça fechar, quando ele recebe uma oferta inesperada. Um poderoso homem de negócios de Copenhaga, Jorgen (Rolf Lassgard), dispõe-se a doar 4 milhões de dólares, com a condição de Jacob vir até à Dinamarca, para o conhecer pessoalmente. Jacob chega com um vídeo onde mal cabe o quotidiano longínquo das muitas muitas crianças indianas. Jorgen convida-o a ir ao casamento da filha no dia seguinte. A ocasião revela-se uma coincidência demasiado forte. Jacob reencontra o passado, que em parte desconhecia, e tem de tomar uma decisão tão penosa como importante.

Os diálogos têm a força de uma vertigem. O embaraço de Anna e Jacob é comoventemente humano, neste encontro tardio e inesperado. A consciência da morte e a oportunidade da despedida, de dizer o que mais importa, perturbam. No final, outra despedida, tão natural que parecia impensável. Um epílogo conseguido para um filme marcante.