Samstag, 5. April 2008

A última fronteira


Loucura ou lucidez, é admirável a determinação e a certeza que levam Chris, alias Alex Supertramp, a voltar costas a um futuro cheio de possibilidades e a separar-se de tudo o que o liga à família e à sociedade rumo ao Alaska. O que lá vai fazer é curiosidade que só assalta quem ele vai encontrando em meses de caminho. Ele sabe porque vai e que tem de ir. E enquanto o caminho se vai fazendo mais curto, Chris vai tocando e mudando algumas vidas.

Quem é Chris? Na resposta espera-se encontrar uma motivação suficientemente forte que justifique esta vontade extrema. Há vidro familiar, idealismo de juventude, leituras subversivas. Mas é mais do que isso o que chama Chris à condição primordial de imersão na natureza e de sobrevivência em absoluta autonomia, contando apenas com a cabeça e as mãos.

Mais de uma centeza de dias depois, Chris está pronto a voltar, quando descobre que o rio depois do degelo é intransponível. A natureza prendeu-o e por capricho escreveu-lhe o fim inevitável da história. Os últimos registos do diário que o acompanha deixam saber que teve medo e que se sentiu sozinho. Que a felicidade só faz sentido quando partilhada.

É inevitável pensar o que teria acontecido se o rio tivesse menos urgência e se acomodasse num leito mais estrito. Possivelmente um filme mais kitsch, talvez nenhum filme.

O que fez então Chris decidir voltar é o que cada um procura encontrar no fundo da dúvida. E essa resposta não se dá num filme. Procura-se na vida. Talvez se encontre.

1 Kommentar:

Anonym hat gesagt…
Der Kommentar wurde von einem Blog-Administrator entfernt.