Sonntag, 20. April 2008

Chicago

Sexta-feira, quatro da tarde. No Millenium Park passeiam-se transeuntes em véspera de fim-de-semana, fazem planos ao telefone enquanto tiram a gravata. Entre eles, os turistas apontam as câmaras aos arranha-céus. Dois homens passam, de programa do concerto na mão. A orquestra repetiu o concerto, hoje mais cedo. Atrás deles, outro homem passa. Veste um fato preto a que o tremelinho dá um toque de festa. Traz uma pasta na mão. Senta-se na mesa ao lado, tira o tricôt e embrenha-se nas malhas com a concentração com que acabou de tocar Beethoven.

A cidade acondicionada numa superfície convexa. Extraordinariamente simples, a escultura vive do que mostra, do que sugere. Tocá-la, fotografá-la é pisar o risco entre o ser e o parecer, entre o que vejo e como é ver-me de fora.



Não sabia que van Gogh tinha o quarto em Chicago. Ao entrar na sala, o impacto é quase um susto. Como se fosse um velho conhecido que não adivinhasse aparecer assim de surpresa nesta cidade desconhecida.



Uma descoberta: Esa-Pekka Salonen, maestro. E compositor. O concerto para piano é surpreendente, intenso, intemporal na sua contemporaneidade. A conhecer.



Nem as esculturas espalhadas por recantos a que não ousaria chamar praças afasta a impressão de ser engolida pela cidade. Intimidantes estes edifícios que concorrem em altura, deixando adivinhar a maratona por trás de cada janela.

1 Kommentar:

Maria Cota hat gesagt…

Chicago deve ser, sem dúvida, uma cidade avassaladora!
Adorei as imagens e achei deliciosa a imagem do músico a tricotar!Sinais dos tempos e de mentalidades muitoooo à frente!;)

Beijinhos
Ana