Freitag, 27. Oktober 2006

Relevância

As máximas de conversação que Paul Grice descreveu no século passado, têm sido alvejadas pela crítica nos últimos anos, como é natural acontecer às ideias. Ainda assim, estas normas orientam o nosso discurso e zelam pela eficiência da comunicação quotidiana. São regras implícitas, interiorizadas e por isso aparentemente demasiado óbvias para merecerem atenção. Porém, é justamente a infracção que torna a norma evidente. E quando alguém nos telefona para falar de assuntos absolutamente irrelevantes, e à verborreia incessante acrescenta uma dose excessiva de informação redundante, reagimos com frontalidade ou desespero, por nos fazerem dispender esse recurso único e irreversível que é o tempo.
Na verdade, estas máximas são linhas orientadoras. A comunicação é mais subtil do que o que elas permitem. Mas se casos há em que esperamos a infracção da regra, na generalidade desejaríamos que elas fossem recordadas com mais frequência. A bem da eficiência e da cooperação comunicativa. E da nossa saúde mental...

Maxim of Quality: Truth
Do not say what you believe to be false.
Do not say that for which you lack adequate evidence.


É o que esperamos do jornalismo e duvidamos da política. Mas não ligamos em literatura e copiosamente esquecemos na cortesia.

Maxim of Quantity: Information
Make your contribution as informative as is required for the current purposes of the exchange.
Do not make your contribution more informative than is required.


O que faz falta a muitas teses. E na sala de espera do consultório. E nas viagens de comboio de mais de 3 horas.


Maxim of Relation: Relevance
Be relevant.



A grande diferença entre o telejornal português e as notícias da ARD.


Maxim of Manner: Clarity
Avoid obscurity of expression.
Avoid ambiguity.
Be brief (avoid unnecessary prolixity).
Be orderly.


Tenho dito.

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