
Pintar as folhas de verde claro e colá-las de novo às árvores. Espantar os corvos pretos, que enchem de Inverno os sons da manhã. Assobiar às gaivotas para que voltem. Limpar as teias de nuvens cinza e puxar o sol para cima.
O Outono enche-me de nostalgias e de fim. O desafio branco do sol murcha e o fogo das árvores é ilusão de incandescências passadas. As estridências das horas longas extinguem-se em silêncios. A noite lenta avança, invade o tempo e o espaço. A vertigem das folhas em queda livre e na janela o deslizar de um choro incessante. A monotonia da chuva abafa os timbres de ontem e o mar é a continuação monocromática do céu.
O ciclo torna-se linha e o destino é certo.
Doch im Fallen ist mehr als sinken. Es ist auch das Gefangen Sein.
Herbst
Rainer Marie Rilke
Die Blätter fallen, fallen wie von weit,
als welkten in den Himmeln ferne Gärten;
sie fallen mit verneinender Gebärde.
Und in den Nächten fällt die schwere Erde
aus allen Sternen in die Einsamkeit.
Wir alle fallen. Diese Hand da fällt.
Und sieh dir andre an: es ist in allen.
Und doch ist Einer, welcher dieses Fallen
unendlich sanft in seinen Händen hält.
Keine Kommentare:
Kommentar veröffentlichen